Ir al contenido principal

Entrevista Kwame Kwanza Fórum de Entidades e Organizações Negras de Sergipe


IV INTERNACIONAL PANAFRICANISTA GARVEYISTA 

 
 
 É importante então que tenhamos primeiro uma consciência negra, consciência do histórico de lutas e pensamento evolucionário africano para a busca de nossa autodeterminação, na criação de Poder Negro. "

Entrevista   Kwame Kwanza 
Fórum de Entidades e Organizações Negras de Sergipe

 @abuynfubea 

AN:1. Conversamos con Kwame Kwanza vocero del Fórum de Entidades e Organizações Negras de Sergipe en Brasil, activista communitario y militante de la IV internacional Panafricanista. Uhuru brother ¿En qué ciudad vives y cuál es la coyuntura organica en esta comunidad?*

Kwame Kwanza: Vivo em Aracaju, cidade litorânea que é a capital de Sergipe, o menor estado brasileiro em território.  Ficamos no Nordeste do Brasil, entre os estados da Bahia e Alagoas. Aracaju tem população de 665mil habitantes e Sergipe 2,3 milhões. Faço parte do Coletivo Negro Beatriz Nascimento, que juntos com cerca de outras 30 organizações formam o “Fórum de Entidades e Organizações Negras de Sergipe” do qual também faço parte.

*2. Brasil es uno de los Estados más violentos y desiguales en America Latina donde los negros a pesar de ser mayoria estan escluidos del poder politico y dedicados al carnaval y a la Samaba ¿Cuál es la situación de la comunidad negra em Sergipe?

KK: No estado de Sergipe somos 80% africanos ( negros, pretos e pardos), mas os 19% de população branca conseguem manter o poder econômico e político no território. Todos os anos, o Estado de Sergipe está presente na lista dos piores estados brasileiros em relação à violência e à educação. O aparato policial militar do Estado é usado para controle das periferias por meio da violência nas abordagens, extermínio e do sistema carcerário. A comunidade negra organizada tem buscado tomar ações coletivas através de um fórum rearticulado há dois anos no final de  2018 após o avanço e a chegada do atual presidente Jair Bolsonaro. Havia uma década que essa mesma organização coletiva estava desarticulada, sua volta tem portanto tem a ver com a chegada do poder da extrema direita brasileira e o discurso abertamente de ódio que tomou conta do estaco público.  Por enquanto tivemos apenas capacidade de fazermos mobilizações pontuais contra o genocídio e a violência policial, lançamos em setembro a Campanha Negras e Negros pela vida com um programa mais desenhado, porém sentimos dificuldade em manter a organização dessa coalizão no momento da chegada das eleições municipais no Brasil. A dinâmica das organizações negras portanto estão atreladas as situações do calendário político eleitoral. 

*3. ¿Porque decides formar una organizacion panafricanista y no una negra más de las miles que hay, Cómo te inicias politicamente desde el kilombismo?*

Em 2018 eu participava de alguns grupos de estudos negros, em um deles, o “Tornar-se Negra e Negro” lemos uma síntese de um curso de formação panafricanista realizado pela União de Coletivos Panafricanistas de São Paulo, a UCPA. Esse foi o primeiro material mais organizado que li mais sobre panafricanismo e me interessei bastante deste corrinet ideologica. A partir dele conheci mais sobre a história do movimento. Nesse mesmo ano, parte desse grupo de estudos lançou um jornal chamado “Vozes Diaspóricas” e nele não colocávamos nosso nome colonial. Nesse momento que passei a me identificar-me como Kwame Kwanzaa. Por un lado el referente del Ogsayefo de Ghana y por otro lado la festividad panafricanista. Por entender que a luta negra em cada lugar precisa ser articulada ideologicamente,  com as lutas de nosso povo em outros lugares. “Africa Must Unite” como afirmava Ogsayefo Kwame Nkruma.  Ao longo da história sempre tivemos essa compreensão da resistência internacional. A imprensa negra sempre fez circular informações sobre o que ocorria em cada parte de nossa diáspora. Entre panafricanistas isso é ainda mais evidente. Sabemos que deve ser assim e buscamos organizar isso. Como consequência temos consciência de nossa longa tradição de pensamento revolucionário negro e analisamos as conjunturas locais nos dando melhores condições para lidarmos com as demais forças e ideologias presentes em cada lugar e que por vezes desorganizam as entidades do movimento negro. 

*4 Se habla de EEUU con el Black Lives Matter pero ¿Como se expresa el racismo y la violencia politica policial contra la comunidad africana en Brasil y el resto de America Latina?

A América Latina tem um dos maiores índices de assassinatos de pessoas africanas no mundo e o Brasil está inserido nesse contexto. O subcontinente tem apenas 8% da polulação mundial, mas aqui é a região onde ocorrem 37% do total de assassinatos do mundo. Nem sempre isso é dito, mas a maior parte dessas mortes são de pessoas negras, bem como são as pessoas que estão nas penitenciárias. As organizações do narcotráfico estão bem espalhadas pelos territdesses países. Os estados utilizam-se do que muitos tem chamado de necropolítica comusado forma de gestão dessas disputas de controle territoriais e na administração das desigualdades geradas pelo poder branco. Desde criança, morando em uma típica periferia brasileira, convivi com vizinhos e amigos sendo mortos ou encarcerados. O sistema de saúde público usado sobretudo pela população negra, assim como os demais serviços públicos vem sendo ainda mais sucateados pelas reformas que o neoliberalismo e a lógica financeira tem efetuado no sistema de direito do pais, que já não assegurava dignidade a maior parcela de habitantes do Brasil.

   

*6. Sobre Bolsonaro ya oimos mucho ¿Cual es el balance que VD hacen al respecto de los gobiernos de Lula Da Silva, Dilma y PT?*

Durante os governos Lula (2003-2011) o movimento negro no Brasil se institucionalizou bastante, fazendo parte da gestão governamental não só a nível federa, por meio da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (educação, trabalho e renda, segurança pública, saúde e quilombos), criada em março de 2003, considerado um marco institucional para as politicas voltadas a população negra, que até então contava apenas com a Fundação Cultural Palmares, criada em 1988, ano do centenário da abolição. Em cada cidade e estado que governou, o partido dos Trabalhadores criou espaço para alguém do movimento negro ocupar, porém não era dada uma estrutura de trabalho e orçamento para que algo significativo desenvolve-se. Ou seja, o movimento ficava enfraquecido por não ter mais aquela pessoa em sua organização, ao mesmo tempo que as atenções passavam a institucionalidade. Isso ocorreu onde vivo, Aracaju, e possivelmente em muitos outras cidades brasileiras. A atenção dada a institucionalidade partidárias e governamentais são marcas desse período do movimento no movimento negro, com o PT conseguindo ganhar muitas prefeituras, governos estaduais , para além do governo federal com Lula. No final de do governo em 2011, Lula tinha 80% de aprovação, sustentava ainda uma ampla correlação de forças populares e de grandes capitalistas brasileiros,  conseguida com a intensificação das relações comerciais com a China, o boom das comodities. Porém, ainda nos oito anos de governo, houve crescimento do encarceramento, sobretudo a partir de 2006 com a Lei de Drogas. Em sua ampla maioria esses presos são jovens negros presos como traficantes. O número de homicídios teve média de 50 mil pessoas por ano, crescendo ao longo de seus governos e depois dele. Lula demonstrava desde o primeiro ano que seu governo não alteraria a segurança pública. Já em 2003 engavetou o Plano Nacional de Segurança Pública, proposta que estava no programa político com o qual venceu as eleições de 2002, que não transformando em lei ao assumir a presidência e ter maioria no legislativo. Reformas estruturais das organizações policiais ficaram de fora da pauta. Por outro lado, a “Lei de Drogas de 2006”, levou ao crescimento do encarceramento em massa de jovens negros como nunca antes.  A acumulação de riqueza no Brasil não foi alterada durante seu governo, que manteve uma confortável aliança com os grandes capitalistas brasileiros, financiadores tanto de suas campanhas como as da oposição. 38 milhões de pessoas saiam do que oficialmente é chamado de pobreza e o governo passou a chamá-los de uma “Nova Classe Média” em suas publicidades. Contudo, os programas de transferência de renda não alteraram a estrutura de dominação branca brasileira. Recentemente, em julho de 2020, ao comemorar os 10 anos do Estatuto da Igualdade Racial com integrantes negros de seu antigo governo, Lula declarou que seu único arrependimento foi não ter feito combate forte ao racismo no Brasil. A declaração revela o quanto que seu governo pouco alterou a situação negra no Brasil, mas não explicita o quanto que a necropolítica é mesmo período. 

*7. Como parate del trabajo del decenio Afrodescendiente ONU, la IV Internacional Panafricanista Garveyista Cimarrón Rastafari, abrio los domingos en Abril una escuela de liderazgo comunitario negro que persigue crear para el 2023 mas 100 cuadros  ¿Cómo ha sido el proceso y balance ?

KK: Soube da Escola de formação de quadros através da live zoom realizada entre o Hamilton Borges da organização “Reaja ou Será Morta, Reaja ou Será Morto” no dia 18 de Julho e o primeiro encontro que participei foi no dia 26 do mesmo mês. Até então sabia da existência, nem da relação entre a Reaja e a 4º Internacional Garveysta, nem mesmo sabia da existência dessa organização internacional, assim como não conhecia nada sobre sua vanguardia, o movimento panafricanista da Espanha. Desde então nossos encontros aos domingos tem sido de trocas e aprendizados imprescindíveis, seja no momento em que discutíamos o credo panafricanista, seja agora que temos feito encontros mais temáticos. É também um desafio em termos de entendimento do espanhol, língua mais falada entre nós. Me familiarizei e entendo bem alguns sotaques, sobretudo dos que estão na Espanha, mas quando Federico Pita da Argentina falou conosco no penúltimo encontro sobre a realidade afroargentina, me senti como se estivesse ouvindo um outro espanhol, me esforcei para acompanhar o encontro. Não acompanhei os primeiros meses, entre maio  e julho, período no qual a formação teve a “”Linha Política do Movimento Panafricanista e da quetar Internacional” como centro dos encontros. Tive acesso ao documento e pude ler já no período posterior a minha entrada, período no qual conversamos sobre dois ou três pontos do Credo Panafricanista a cada sessão. Não consigo expressar com palavras quão bom foi estar com camardas como Mona Asuama, Jaray Savane,  Mbá Bee Nchama,  Mbolo Luís Alberto,  Abuy Nfebea, Yafeu, dentre outros.  Descobri também e comecei a acompanhar os trabalhos da Uhuru Afrika TV, a Univerdidade Malcolm-Garvey e a revista Reparation Africana com artigos que cobrema  história de anos de lutas e orientaçao panafricanas. Nessa fase do credo para mim foi fundamental para  nos unirmo , formamos nossa família, quilombo, consolidamos valores africanos entre nós.  Na fase posterior ao estudo do credo, temos dado atenção a temas fundamentais, começando com a presença de Affiong L Affiong  sobre afrofeminismo o papel das mulheres no movimento panafricanista, sua excelente contribuição na compreensão da luta contra o neocolonialismo e a necessidade de criarmos uma organização global que nos una enquanto um partido, no sentido de termos uma agenda de lutas comum. Ao mesmo tempo, a formacão fortaleceu-se nesse periodo com as contribuições de Kwame Ondo, Paula, Sergio Penaloza, Baldw Lumumba, Isabel Osorio, pessoas de diversas partes da diáspora e do continente africano. O balanço portanto é positivo.

AN:8. Una de las conclusiones de un trabajo de la www.malcolmgarveyuniversity.com es sobre el fracaso del mto negro debidoaa que los activistas no crecen ni se socializan en entornos comunitarios negros sino que acceden a la realidad negra por la red o los discursos de genero o clase u otras ideologias de actualidad como decolonialidad o el antiracismo cuya sujetividad difiere o directamente es antagonica con el garveyismo o Black Power. ¿En que medida es importante que los activistas negros previa a una conciencia de clase o genero tengan primero conciencia negra?*

KK:  O movimento trabalhista não tem conseguido dar alternativas de libertação para a população africana o negra no brasil. Mesmo sendo ampla maioria em Sergipe, trabalhadores e trabalhadoras negros e negras não estão nas direções dos maiores sindicatos e Centrais Sindicais (fóruns de sindicatos), que são dirigidos por pessoas brancas majoritariamente, assumindo também nesses espaços o poder branco, ao não colocar como centrais as problemáticas da população negra. No máximo, negros estão em setoriais dentro dessas organizações, apesar que poucos sindicatos fazem essa discussão racial. Tudo é colocado dentro do universalismo branco europeu. Dessa forma a consciência negra não é fortalecida nesses espaços, por mais que haja relação próxima de longa data entre movimentos negros e sindicatos aqui em Sergipe como em outras partes do Brasil. É importante então que tenhamos primeiro uma consciência negra, consciência do histórico de lutas e pensamento evolucionário negro para a busca de nossa autodeterminação, na criação de Poder Negro.

CONTINUARÁ

En los 80 el movimiento estudiantil africano fue muy determinante en Brasil para generar cuadros de UNEGRO, MNU, KILOMBOX etc...¿hoy, cual es la realidad del movimieno estudiantil negro?

Hip-hop en los 90 sirvió para el despertar de la conciencia panafricanista con grupos cómo MC Rock, ciudade negra etc... ¿Cómo está hoy este espacio cultural contestarío y como se expresa su correlación de fuerzas con el rap de la plantación?

¿A 20 años de Durban, como está creciendo la conciencia o la necesidad de articular comunitariamente el movimiento por reparación?*

Comentarios

Entradas populares de este blog

LAS DIFERENTES POSTURAS SOBRE LA INDEPENDENCIA Y SEPARACIÓN DE GUINEA ECUATORIAL 1966

Texto editado por: Esasom Mba Bikie Nosotros el pueblo de Guinea Ecuatorial, no consideramos nuestro país pequeño, por eso decimos GRAN PAÍS. Aunque solo hubiera un hombre y una mujer en este país, para nosotros es EL GRAN PAÍS,  DEL GRAN PUEBLO DE LA GUINEA ECUATORIAL. Los guineanos aunque estemos solos, decimos que somos grandes. Por Francisco Macias Nguema Biyogo    VIERNES DÍA 19 DE AGOSTO DE 1966 Don ENRIQUE GORI MOLUBELA (Postura del Presidente de la Asamblea ante la INDEPENDENCIA DE Guinea Ecuatorial) Don Enrique Gori Molubela El 19 de agosto de 1966, día de su llegada, el Subcomité hizo una visita al Presidente de la Asamblea General, Don Enrique Gori Molubela. Asistieron a la reunión algunos otros miembros de la Asamblea. En una declaración de bienvenida, el Sr. Gori Molubela informó al Subcomité de que la totalidad del pueblo de Guinea Ecuatorial deseaba que el Territorio obtuviese la independencia. El problema residía en cómo y cuándo. Por su parte, el Sr. Gori Molub

Acto 32º Aniversario de la Fundacion del Movimiento Panafricanista de España 1986-2016

32º Aniversario de la Fundación del Movimiento Panafricanista de España 1986-2017 PREFACIO Acabar con el Mto. negro -cimarrón - ha sido un objetivo de todos los gobiernos anteriores y posteriores a la democracia en España. Sin embargo, tras 40 años  el MPE,  es hoy la única organización Negra activa en España, nacida en Madrid durante la transición. La verdadera razón de que el Mto. Negro siga  subsistiendo, no esta en su gran cobertura social, sino en su estrategia política, con sus raíces en la experiencia afro de los 70-80.   El  Movimiento-Panafricanista es un espacio  político sociocultural cuya filosofía  se dedica a la búsqueda de la agencia africana-en todas las áreas y sectores de la sociedad. E termino panafricanista   se usa para hacer referencia a los partidos u organizaciones de ideología nacionalista revolucionario negra de la línea garveyistas y afrocentrada, que a su vez son de cimarrones o revolucionarios, sea en forma de comunismo, socialismo o socia

MANIFIESTO POR LA REPARACIÓN

MANIFIESTO PANAFRICANO 2006 POR LA REPARACIÓN, LA DEMOCRACIA Y EL FIN DEL GENOCIDIO EN ÁFRICA MADRID 25 MAYO DÍA INTERNACIONAL DE ÁFRICA Como acordó la ONU en la conferencia de Durban Sudafrica 2001, la globalización económica y el racismo tienen su origen en el tráfico y comercio de esclavos, la colonización y la discriminación de los migrantes. El comercio de Esclavos destruyó la economía africana y la reemplazó por una exótica que alimenta y enriquece a Europa a costa del sufrimiento de 800 millones de africanos. Regiones enteras, fueron arrasadas, y sus habitantes secuestrados y deportados a América. Como resultado África fue transformada en un coto de caza humana, siendo privada de campesinos, científicos, médicos, artesanos, educadores, empresarios, líderes políticos y religiosos, poetas, filósofos, músicos, en definitiva todos los elementos humanos necesarios para el progreso socioeconómico. Algunos dirigentes, erróneamente, creyeron que podían escapar del holocausto, colaborand