Ir al contenido principal

Um breve diálogo sobre Hegemonia em construção

Redes de influência na formação da juventude preta-
 Um breve diálogo sobre Hegemonia em construção

   Mona Asuama

Bunseki Fu-Kiau defini ``Lela`` como cuidado, antes de mais nada, como uma maneira de transmitir padrões sociais aos jovens da comunidade. Uma via poderosa de orientação. Atualmente, a definição hegemônica do que é científico ou não tem tido grande influência sob a nova geração de estudiosos. A grande problemática é que nossa juventude tem perdido as valiosas referências acerca do berço da ciência, acreditando de forma vazia que a origem do pensamento científico é o ocidente e ingerindo em larga escala conteúdos desses espaços enviesados  de construção do conhecimento.
         Com o recente ingresso de parte da juventude diaspórica as universidades, o padrão do que é científico tem se tornado cada vez mais restrito ao que se produz nesses espaços. Sofremos com mais um tentáculo do epistemicídio: o desprezo aos conhecimentos ancestrais. O caminho de descredibilização põe em risco toda a essência que faz de nós seres africanos, nossa base de saberes.
        Atravessados pela maafa, temos tido nossa intelectualidade cooptada pelos centros brancos de poder. Parte disso é a construção da dúvida sobre os conhecimentos tradicionais passados a nós por meio de transmissão oral. Vejo jovens recusando recomendações de mais velhos sobre a cura através da natureza mesmo esses kota (mais velhos) conhecendo os segredos das folhas por toda sua vida. É horrível que os núcleos brancos de saber estejam destruindo nossa capacidade de buscar o saber em nós mesmos! Como jovens não podemos assistir a cenas como estas sem interferir, afinal, somos também responsáveis pela educação de nossos iguais.
       Para todos os campos de nossa existência, devemos ser conduzidos por ideais Panafricanistas. É imperativo que nossa juventude seja inflamada por essa consciência. Mais que  propor o desenvolvimento de uma contra-hegemonia, estamos falando da retomada de nossas narrativas. Há produção de ideias, práticas, filosofias, tradições e comunicação completamente construídas a partir de nossos ideais. É necessário reafirmar que somos nosso próprio ponto de partida e marco referencial.
         Mas como alcança-los? A prática de ```lela``` (cuidado) deve ser nossa rotina para que possamos acessar e influenciar nossas mukanda (comunidades). Precisamos estar juntos para dialogar e praticar o cuidado e correção de nossas feridas epistemológicas entre nós com firmeza e amor. Este é, enfim, o segredo de nosso caminhar na mesma direção. A prática de princípios como Umoja (Unidade), Kujichagulia (Autodeterminação), Ujima (Responsabilidade coletiva),  Ujamaa (Economia Cooperativa), Nia (Propósito), Kuumba (Criatividade) e Imani (Fé) como propõe o Professor Maulana Karenga no Nguzu Saba, por exemplo, são chaves para a construção de nossos laços e nossa condulta.

Comentarios

Entradas populares de este blog

LAS DIFERENTES POSTURAS SOBRE LA INDEPENDENCIA Y SEPARACIÓN DE GUINEA ECUATORIAL 1966

Texto editado por: Esasom Mba Bikie Nosotros el pueblo de Guinea Ecuatorial, no consideramos nuestro país pequeño, por eso decimos GRAN PAÍS. Aunque solo hubiera un hombre y una mujer en este país, para nosotros es EL GRAN PAÍS,  DEL GRAN PUEBLO DE LA GUINEA ECUATORIAL. Los guineanos aunque estemos solos, decimos que somos grandes. Por Francisco Macias Nguema Biyogo    VIERNES DÍA 19 DE AGOSTO DE 1966 Don ENRIQUE GORI MOLUBELA (Postura del Presidente de la Asamblea ante la INDEPENDENCIA DE Guinea Ecuatorial) Don Enrique Gori Molubela El 19 de agosto de 1966, día de su llegada, el Subcomité hizo una visita al Presidente de la Asamblea General, Don Enrique Gori Molubela. Asistieron a la reunión algunos otros miembros de la Asamblea. En una declaración de bienvenida, el Sr. Gori Molubela informó al Subcomité de que la totalidad del pueblo de Guinea Ecuatorial deseaba que el Territorio obtuviese la independencia. El problema residía en cómo y cuándo. Por su parte, el ...

IIe Rencontre internationale de solidarité avec la révolution panafricaine et les États du Shael

II  Encuentro Internacional de solidaridad con la  revolución panafricana y la alianza de los Estados del Shael   IIe Rencontre inte rnationale de solidarité avec la révolution panafricaine et les États du Shael   2 nd International Meeting of Solidarity with the Pan-African Revolution and the Alliance of the Shael States   Ni Franco ni CFA: África se Levanta!                                  N i le Franc ni le CFA, Afrique ne se lèvent!   N either Franc nor CFA, Africa rises up!                                diamante 35 villaverde Madrid Spain 1-3 Nov 2024 UCM Bienvenida    " Levántate poderosa raza y podrás conseguir todo lo que te propongas"                                        ...

III Simposio Internacional ËSÁASI EBWEERA Descolonizando el saber resistencia anticolonial de Guinea Ecuatorial 1860-1910

  III Simposio Internacional  ËSÁASI EBWEERA                           Descolonizando los campos del saber.   La resistencia anticolonial de Guinea Ecuatorial   1860-1910    Universidad Carlos III - Facultad Derecho                 4-5 Julio Getafe 2024     Las Margaritas   Getafe   Central PRESENTACIÓN Sas Ebwera sustituyó al Mookata como fue rey de los bubis desde 1899-1904. A pesar de los más de un siglo transcurrido y de los esfuerzos por enterrar su memoria, sigue siendo un personaje político, histórico, enigmático, mítico y todavía muy temido: un tabú. Quizás porque constituye una parte central de la resistencia política y memoria histórica bubi y de los pueblos de Guinea Ecuatorial frente a la modernidad o colonialidad. Coincidiendo con el 120 aniversario de su muerte, acaecida el 4 Julio de 1904-2...